quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Music Genome Project #3 - Drift (Entrevista)

Fica aqui também uma entrevista feita a Nosaj Thing por Cain Mosni.

Music Genome Project #3 - Drift


Jason Chung é Nosaj Thing... Nosaj Thing é Drift... Drift é muita coisa. Se eu fosse parvo julgaria que este californiano vive noutra dimensão, ele mais o seu laptop, mais as suas padmachines e o seu midi keyboard. Isto porque o seu ecoa no vazio, as suas batidas são estrondosamente profundas, o seu ambiente é intergaláctico. Serei mesmo parvo?



Artista: Nosaj Thing
País: Estados Unidos da América
Ano: 2009
Editora: Alpha Pup

Tracklist:


#1. Quest 1.36
#2. Fog 3.42
#3. Coat Of Arms 3.29
#4. IOIO 3.25
#5. 1685Bach 2.48
#6. Caves 3.48
#7. Light 1 2.56
#8. Light 2 3.11
#9. 2222 1.59
#10. Us 3.07
#11. Voices 3.21
#12. Lords 3.37



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Music Genome Project #2 - Illinois


Para não ficar atrás do Chico, que anda cheio de vontade de escrever, aqui deixo mais um pedaço da história da música da última década. Illinois de Sufjan Stevens.
Sufjan Stevens, é um senhor que tem como grande marca, o seu "The Fifty States Project", cujo objectivo é criar um álbum dedicado a cada um dos 50 estados que compõem os EUA. Ambicioso no mínimo, penso que o título de genial será muito bem empregue se todos os exemplares tiverem a mesma qualidade que este. Se alguém não percebeu, eu deixo claro: este álbum é genial. Álbum conceptual, foca locais e personalidades do estado do Illinois (para os curiosos, é o estado da cidade de Chicago), aproveitando o autor como sempre para fazer um trabalho sobre a sua visão da fé, família e outros temas.
Só por curiosidade, foi considerado álbum do ano de 2005 por: Pitchfork, Amazon.com, Chris Willman e Richard Cromelin.


Artista: Sufjan Stevens
País: Estados Unidos da América
Ano: 2005
Editora: Asthmatic Kitty

Tracklist:

#1. "Concerning the UFO Sighting Near Highland, Illinois" 2:09
#2. "The Black Hawk War, or, How to Demolish an Entire Civilization and Still Feel Good About Yourself in the Morning, or, We Apologize for the Inconvenience but You're Going to Have to Leave Now, or, 'I Have Fought the Big Knives and Will Continue to Fight Them Until They Are Off Our Lands!'" 2:14
#3. "Come On! Feel the Illinoise!" (Part 1: The World's Columbian Exposition — Part 2: Carl Sandburg Visits Me in a Dream) 6:45
#4. "John Wayne Gacy, Jr" 3:19
#5. "Jacksonville" 5:24
#6. "A Short Reprise for Mary Todd, Who Went Insane, but for Very Good Reasons" 0:47
#7. "Decatur, or, Round of Applause for Your Stepmother!" 3:03
#8. "One Last 'Whoo-Hoo!' for the Pullman" 0:06
#9. "Chicago" 6:04
#10. "Casimir Pulaski Day" 5:54
#11. "To the Workers of the Rock River Valley Region, I Have an Idea Concerning Your Predicament" 1:40
#12. "The Man of Metropolis Steals Our Hearts" 6:17
#13. "Prairie Fire That Wanders About" 2:11
#14. "A Conjunction of Drones Simulating the Way in Which Sufjan Stevens Has an Existential Crisis in the Great Godfrey Maze" 0:19
#15. "The Predatory Wasp of the Palisades Is Out to Get Us!" 5:23
#16. "They Are Night Zombies!! They Are Neighbors!! They Have Come Back from the Dead!! Ahhhh!" 5:09
#17. "Let's Hear That String Part Again, Because I Don't Think They Heard It All the Way Out in Bushnell" 0:40
#18. "In This Temple as in the Hearts of Man for Whom He Saved the Earth" 0:35
#19. "The Seer's Tower" 3:54
#20. "The Tallest Man, the Broadest Shoulders" (Part 1: The Great Frontier — Part 2: Come to Me Only with Playthings Now) 7:03
#21. "Riffs and Variations on a Single Note for Jelly Roll, Earl Hines, Louis Armstrong, Baby Dodds, and the King of Swing, to Name a Few" 0:46
#22. "Out of Egypt, into the Great Laugh of Mankind, and I Shake the Dirt from My Sandals as I Run" 4:21

Let Speak About Dreams #1 - My Point Of View


Herbie Hancock, um dos maiores nomes do jazz no que toca a teclas.
O seu percurso artístico começou na música clássica aos sete anos de idade, e desde cedo se foi revelando um verdadeiro prodígio ao piano. A confirmação do seu talento nato chegou quando aos onze anos executou o solo de uma composição para piano de Mozart, acompanhado da The Chicago Symphony.
Na verdade, Herbie nunca chegou a ter um professor de jazz. Como o próprio diz, o seu sentido harmónico/melódico foi-se construído a ouvir mestres como Oscar Peterson e George Shearing, que despertaram o seu gosto pelo estilo.
O ponto mais alto da sua carreira deu-se em 1963 quando Miles Davis o convidou para a formação do seu segundo grande quinteto ( Miles Davis na trompete, Wayne Shorter no saxofone, Herbie Hancock no piano, Ron Carter no baixo e Tony Williams na bateria). Por esta altura, Herbie já tinha gravado o seu primeiro álbum a solo, Takin' Off, com o qual começava a ganhar atenção. Entre gravar o seu primeiro álbum a solo a fazer parte do quinteto de Miles estava apenas um passo, em parte proporcionado por Tony Williams, que apresentou o pianista a Miles.
Porém, durante o tempo que esteve a colaborar com Miles, Herbie tempo para gravar alguns trabalhos a solo pelo selo da Blue Note. Destacaremos, por hoje, My Point Of View.

My Point Of View, editado em 1963, foi a segunda gravação a solo de Herbie Hancock. Se com Takin' Off conseguiu surpreender meio mundo, com este novo trabalho o pianista mostrava que não se tratava de nenhum flop. Para o ajudar a provar que a sua inesperada estreia não tinha sido apenas um acto de sorte, Herbie recruta o seu amigo Tony Williams para a bateria, Grant Green para a guitarra, Donald Byrd para a trompete, Hank Mobley para o saxofone tenor, Chuck Israels para o baixo e Grachan Moncur III para o trombone.
Este segundo trabalho denota um som muito mais descontraído e sedutor quando comparado a Takin' Off. Estas diferenças são bastante notórias quando ouvimos "Blind Man, Blind Man", um rearranjo do grande sucesso "Watermelon Man" do álbum de estreia.
Em suma, My Point Of View veio confirmar que Herbie Hancock tinha chegado para ficar, e não apenas de passagem.


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Artista:
Herbie Hancock
País:
Estados Unidos da América
Ano:
1963
Editora:
Blue Note

Tracklist:

#1.
Blind Man, Blind Man 8.15
#2. A Tribute To Someone 8.40
#3.
King Cobra 6.51
#4.
The Pleasure Is Mine 4.00
#5.
And What If I Don't 6.30
#6.
Blind Man, Blind Man (alternate take) 8.21

Music Genome Project #1 - Sketch On Glass



Sketch on Glass é o mais recente Extended Play do duo electrónico Mount Kimbie. Este é o segundo trabalho do grupo, que com o "assentar da borra" vai começando a ganhar notoriedade no mundo electrónico.
Embora sob a alçada de uma editora de dubstep, o projecto de Dom e Kai (como gostam de ser chamados) vai bastante mais longe. A sua sonoridade tem muito de minimal e de ambiente. É, acima de tudo, muito meticulosa.



Artista : Mount Kimbie
País: Inglaterra
Ano: 2009
Editora:
Hotflush Records

Tracklist:

#1. Sketch On Glass 4.20
#2.
Serged 3.31
#3.
50 Mile View 3.28
#4. At Least 3.39



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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Smells Like Flannel #2 - Maxinquaye


Seria considerado crime se um dia não escrevesse umas palavras sobre um dos álbuns que mais me assombra, criado por um dos artistas que mais me fascina. Maxinquaye, o primeiro álbum de Tricky.

Nascido em Knowle West, Bristol, Adrian Thaw é tido como a principal referência do movimento trip-hop, a par de bandas como Massive Attack, Björk, Portished, Thievery Corporation e Amon Tobin. Arrisco-me a coroá-lo de "Trip-Hop's Father".
Este movimento teve um grande impacte social pois veio fundir inúmeros géneros e correntes musicais que por muitos eram considerados imiscíveis. Misturar Rock com Hip-Hop era algo comparável a misturar pretos e brancos em pleno Apartheid. Passo o exagero.
Algum tempo antes de lançar o seu primeiro álbum a solo, Tricky dava-se a conhecer nas lides de rapper nos The Wild Bunch, grupo que daria, mais tarde, origem aos Massive Attack. Foi neste colectivo que “Tricky Kid” começou a ganhar o feedback que necessitava para seguir o seu caminho a solo.
Ao conhecer Martina Topley-Bird, Tricky encontrou a última peça do seu puzzle. Martina era o lado meigo que Tricky não conseguia expressar. Era seu o complemento musical e pessoal. Decidiram partir para estúdio e criar uma das mais belas obras-primas musicais que Bristol e mundo conheceram.
Maxinquaye, editado em 95, foi um álbum que veio conciliar o que já se previa. O nascimento de uma nova corrente cultural, corrente essa que é muito mais do que mera música: é High e Modern Art, é Lifestyle, é atitude. E Tricky faz as honras.



Artista: Tricky
País: Inglaterra
Ano: 1995
Editora: Island Records

Tracklist:

#1. Overcome 4.30
#2. Ponderosa 3.31
#3. Black Steel 5.40
#4. Hell Is Round The Corner 3.47
#5. Pumpkin 4.31
#6. Aftermath 7.39
#7. Abbaon Fat Tracks 4.27
#8. Brand New You're Retro 2.25
#9. Suffocated Love 4.53
#10. You Don't 4.39
#11. Strugglin' 6.39
#12. Feed Me 4.04


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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

The Dark Side of 'Nam #1 - [ECM 1125] Rypdal, Vitous, DeJohnette

Com a participação de três músicos de grande nível, é um álbum que passa despercebido a muita gente, onde se conseguiu obter um improviso de qualidade elevadíssima.

The Norwegian guitarist is lifted to new heights by the wildly inventive playing of Miroslav Vitous and Jack DeJohnette. Cascades of sound prevail.

This album is part of the ECM TOUCHSTONES series: Great music and full-dimensional sound at download price, in cardboard covers with original artwork.

in www.ecmrecords.com




Artistas: Terje Rypdal, Miroslav Vitous, Jack DeJohnette
País: Alemanha
Ano: 1979
Editora: ECM Records

Tracklist:

#1. Sunrise 8:30
#2. Den Forste Sne 6:39
#3. Will 8:05
#4. Believer 6:27
#5. Flight 5:29
#6. Seasons 7:22

A Elite 2009 III (por Pete)

Top 15 internacional 2009

1º) The Horrors - Primary Colours



2º) The xx - The xx




3º) Kings of Convenience - Declaration of Dependence




4º) Arctic Monkeys - Humbug
5º) Phoenix - Wolfgang Amadeus Phoenix
6º) The Temper Trap - Conditions
7º) Franz Ferdinand - Tonight: Franz Ferdinand
8º) The Mars Volta - Octhaedron
9º) Wild Beasts - Two Dancers
10º) Yeah Yeah Yeahs - It's Blitz
11º) La roux - Bulletproof
12º) The Editors - On This Light and On This Evening
13º) Julian Casablancas - Phrazes for the Young
14º) Wolfmother - Cosmic Egg
15º) Peaches - I Feel Cream



Top 5 Nacional 2009

1º) Oioai - Pela Primeira Vez



2º) Nervo - Tripas Coração
3º) Movimento Alternativo Rock - Colectânea Subcutânea
4º) Men Eater - Vendaval
5º) The Legendary Tiger Men - Femina

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A Elite de 2009 II (por Chico)

Top 15 Internacional - 2009

1º) Mastodon - Crack The Skye




2º) Sonic Youth - The Eternal




3º) Dinosaur Jr. - Farm



4º) Antony & The Johnsons - The Crying Light
5º) Dan Deacon - Bromst
6º) Them Crooked Vultures - Them Crooked Vultures
7º) Japandroids - Post-Nothing
8º) Jon Hopkins - Insides
9º) Carlton Melton - Pass It On
10º) The Mars Volta - Octhaedron
11º) Yeah Yeah Yeah's - It's Blitz
12º) Vijay Iyer - Historicity
13º) Cymbals Eat Guitars - Why There Are Mountains
14º) Sepultura - A-Lex
15º) John Zorn - O'o



Top 5 Nacional - 2009

1º) Tó Trips - Guitarra 66



2º) The Legendary Tiger Man - Femina
3º) Norberto Lobo - Pata Lenta
4º) B Fachada - O Disco
5º) Men Eater - Vendaval



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A Elite de 2009 I (por Jakes)

Estamos a chegar ao fim do ano, muita música passou pelos ouvidos de todos nós e é agora a hora de destacar quem melhor trabalhou durante os últimos doze meses. Sem mais conversa, aqui ficam os nossos "Top 2009" nacional e internacional.

Top 15 Internacional - 2009

1º) Mastodon - Crack The Skye



2º) Sonic Youth - The Eternal



3º) Animal Collective - Merriweather Post Pavillion



4º) Dinosaur Jr. - Farm
5º) The Dead Weather – Horehound
6º) Them Crooked Vultures – Them Crooked Vultures
7º) Isis – Wavering Radiant
8º) Phoenix – Wolfgang Amadeus Phoenix
9º) The Mars Volta – Octahedron
10º) Arctic Monkeys – Humbug
11º) Kylesa – Scapegoat
12º) Pearl Jam - Backspacer
13º) Jarvis Cocker – Further Complications
14º) Atlas Sound - Logos
15º) Major Lazer - Guns Don't Kill People... Lazers Do


Top 5 Nacional - 2009

1º) The Legendary Tigerman - Femina



2º) Men Eater – Vendaval
3º) Aquaparque – É Isso Aí
4º) Melech Mechaya – Budja Ba
5º) Os Golpes – Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Backspacer"

Tenho de assumir: se todos nós temos uma banda preferida, então esta é a minha. E os senhores dos Pearl Jam andam por aí cheios de vontade, mostrando a toda a gente que velhos são os trapos.
Ao nono albúm de uma carreira com quase 20 anos, nota-se um registo diferente do habitual, com um tom mais animado e menos introspectivo nas letras escritas por Eddie Vedder e notando-se uma grande influência da OST do filme "Into the Wild". Era uma ligeira alteração no rumo da banda e que implicava algum risco? Sim. Mas saiu muito bem.
Podem destacar-se neste rol de grandes músicas (há uma ou duas que destoam um pouco no alto nível de qualidade), "The Fixer", single de apresentação e que mostra uma face mais radiofónica do grupo. E saliente-se ainda "Supersonic", uma música com os níveis de energia bem altos, e "The End", que ameaça tornar-se numa balada indispensável nos espectáculos ao vivo do grupo.
Considere-se portanto um álbum muito equilibrado, com a força necessária para esta fase da carreira da banda. E para todos os que ainda sonham com isso, esqueçam um novo Ten ou Vitalogy. É um tempo que não volta mais.

7.5/10



País: Estados Unidos da América
Ano: 2009
Editora: Island Records/Universal Music

MySpace

Tracklist:

1."Gonna See My Friend" 2:49
2."Got Some" 3:02
3."The Fixer" 2:58
4."Johnny Guitar" 2:50
5."Just Breathe" 3:36
6."Amongst the Waves" 3:59
7."Unthought Known" 4:09
8."Supersonic" 2:40
9."Speed of Sound" 3:34
10."Force of Nature" 4:04
11."The End" 2:58

domingo, 6 de setembro de 2009

"Horehound"

É certo e sabido que nos últimos anos, começou a gerar-se um certo misticismo em volta dos trabalhos de Jack White. Quem acompanha o trabalho dos White Stripes, saberá com certeza ver a qualidade existente e quem acompanha os The Raconteurs poderá dizer o mesmo. E quem acompanhar o novo grupo, The Dead Weather, seguramente irá achar que a qualidade está lá. Irá encontrar essa qualidade mas irá sentir que faltam outras coisas. Vamos então ao que interessa. Este álbum deita Jack White por todos os lados, com tudo o que de bom e mau advém daí. Ou seja, é um típico álbum de alternative-rock com um toque de blues, cheio de ritmo e fã de bom rock. Mas é também um trabalho em que se começa a notar uma certa falta de originalidade nos projectos de Jack White (que aqui assume a bateria). Algo a rever rapidamente, sr. White. Quanto a destaques, vão obviamente para os dois singles já lançados "Hang you from the Heavens" e "Treat Me Like Your Mother", canções de rock puro e duro, com refrões orelhudos. Destaque ainda para um interpretação de "New Pony" de Bob Dylan, com uma nova roupagem, com uma sonoridade mais de ataque, aposta ganha.
Portanto Sr. White, é hora de tentar encontrar uma nova fonte de originalidade, porque a qualidade está intacta como se espera, mas começa a tornar-se chato ouvir os álbuns sempre no mesmo registo...

7.0/10



País: Estados Unidos da América
Ano: 2009
Editora: Third Man Records

Site oficial

Tracklist:

1."60 Feet Tall" 5:33
2."Hang You from the Heavens" 3:39
3."I Cut Like a Buffalo" 3:28
4."So Far from Your Weapon" 3:40
5."Treat Me Like Your Mother" 4:10
6."Rocking Horse" 2:59
7."New Pony" 3:58
8."Bone House" 3:27
9."3 Birds" 3:45
10."No Hassle Night" 2:56
11."Will There Be Enough Water?" 6:20

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Primary Colours"


Segundo álbum destes fantásticos The Horrors. Ainda faltam meses para este ano acabar, e na minha opinião este é sem duvida um dos álbuns do ano 2009. De realçar a paixão que Trent Reznor tem por estes rapazes, fazendo questão que no seu myspace fosse possível fazer download do novo teledisco intitulado 'Mirror's Image'.
Depois de um primeiro álbum numa vertente mais garage e com vozes muito mais esganiçadas, este Primary Colours é-nos apresentado de forma mais 'catch music' e consegue viciar qualquer um com sonoridades a lembrar o rock sujo de bandas como The Kinks ou The Cramps.
Este senhores apresentam-nos a primeira faixa intitulada 'Mirror's Image' com o sintetizador a dar-nos notas completamente estridentes e a voz de Faris Badwan a roçar o tom grave, o que faz que o seu registo vocal continue característico. Passamos para 'Three Decades', e mais uma vez o shoegaze é notório e muito bem conseguido, mas mesmo assim é a faixa que menos consegue cativar as massas. Depois temos 'Who Can Say'. Aqui a banda consegue-nos levar ao patamar dos anos 70 e das bandas de Manchester, como Joy Division ou Happy Mondays. Simplesmente fantástico quando Badwan se refere When I told her, another girl had caught my eye, she cried . 'Do You Remember', 'A' faixa deste segundo álbum é aquela que melhor resulta ao vivo e nos faz apaixonar por 'Primary Colours'. Faixa número 5 intitulada 'New Ice Age', mais uma autêntica obra-prima destes ingleses.Tudo soa bem, tudo nos leva a cenários mais góticos e garage. 'Scarlet Fields', a música mais indie deste álbum, onde a influencia de Sonic Youth ou de Pixies é notória. 'I Only Think Of You', uma balada com cerca de 7.07 min, o shoegaze é novamente a arma de arremeço e o vocalista opta pela táctica do arrastamento da voz. Bastante calma esta música. 'I Can't Control Myself', a faixa mais parecida com o antigo trabalho de The Horrors, pouco sonora e bastante carregada de notas sujas. 'Primary Colours' a faixa menos interessante deste álbum, não me consegue motivar a ouvi-la mais de uma vez. E fechamos, este fabuloso 'Primary Colours' com 'Sea Within a Sea', a mais longa faixa, com um sintetizador a lembrar os filmes de terror dos anos 80 como Shinning do Kubrick.
The Horrors é sinónimo de obra prima. De destacar que tiveram recentemente por terras lusas e foram capazes de dividir opinões em Paredes de Coura.

9.5/10


País: Reino Unido
Ano:2009
Editora: XL Recordings

Tracklist:

1 "Mirror's Image" – 4:51
2 "Three Decades" – 2:50
3 "Who Can Say" – 3:41
4 "Do You Remember" – 3:28
5 "New Ice Age" – 4:25
6 "Scarlet Fields" – 4:43
7 "I Only Think of You" – 7:07
8 "I Can't Control Myself" – 3:28
9 "Primary Colours" – 3:02
10 "Sea Within a Sea" – 7:59

terça-feira, 28 de julho de 2009

Paredes de Coura - Dia 4

Neste último dia de festival existem vários motivos para permanecer pela Praia Fluvial do Tabuão, embora os motivos não sejam tão fortes quanto os de dias anteriores.

Um dos concertos mais esperados, na minha óptica, será o de Manuel Cruz no seu projecto Foge Foge Bandido. Foi nos Ornatos Violeta que Manuel Cruz se começou a destacar e a ganhar tanto o reconhecimento por parte da crítica como a adoração por parte dos seus fãs. Hoje é visto como uma das principais figuras no pânorama musical nacional da última década, o que coloca o músico numa outra dimensão. Este seu novo projecto a solo ainda só conhece um registo, O Amor Dá-me Tesão/Não Fui Eu Que Estraguei. É um trabalho não so feito de canções, mas também feito de momentos, o que revela a enorme capacidade de Manuel Cruz de ser não só músico, mas também artista. De relatos a experiências sonoras, este trabalho é sobretudo uma amostra da exploração e da reinvenção de que Manuel Cruz andou atrás nestes últimos anos. Daí a espectativa de o voltar a ver em palco, neste caso a solo.

The Right Ons, banda espanhola da Corunha, é de facto uma surpresa devido a sua sonoridade não muito comum entre os Nuestros Hermanos: indie rock cheio de ritmo e bastante funky.
A sua música é uma lufada de ar fresco, mas não suficientemente fresco para nos chamar demasiado a atenção. Na bagagem trazem o seu último álbum, Look Inside, Now!
Uma banda que promete pôr algumas ancas a mexerem no Minho.

De seguida entram em palco Howling Bells, mais uma banda da fornada Indie/Electrónica Inglesa. Uma banda que tem alguns temas interessantes mas que não agarram o ouvinte à primeira. Daí prever que o seu concerto em Paredes de Coura não vá resultar da melhor forma, ainda para mais depois de uma banda como os The Right Ons. Poderá tornar-se um concerto aborrecido para quem espera por The Hives e para quem anseia ver Jarvis Cocker. Provavelmente a banda mais deslocada no cartaz deste dia, a par de Manuel Cruz.
Uma banda com alguns aspectos interessantes mas pouco mais do que isso.

Jarvis Cocker, ex-membro dos Pulp e The Weird Sisters, empresta o seu nome ao cartaz. E muito agradecem os seus fãs portugueses que já esperavam uma passagem a solo pelo nosso país, para apresentar oficialmente tanto Further Complications como Jarvis.
A sonoridade deste músico britânico tem muito do Pop/Rock Alternativo de Nick Cave, mas sem nunca se esquecer do seu lado mais melancólico e introespectivo , o que faz dele um Song-Writer bastante abrangente.
Jarvis Branson Cocker, que para além de músico é também realizador e crítico de arte, promete dar um grande concerto e mostrar o porquê da sua fama.

E a acabar a noite no Palco Nokia, The Hives. A banda de Pelle Almqvist é, de facto, uma grande mais valia para este cartaz. Vocalista bastante carismático e uma carreira pautada com grandes sucessos.
Esta é a terceira vez num espaço de dois anos que a banda vem a Portugal, e quem já viu The Hives ao vivo sabe que os seus concertos são bastante energéticos. No entanto, julgo que a banda não se insere muito bem no espírito de um festival como Paredes de Coura, sendo mais uma banda de sala. Digo isto porque foi notória a diferença do seu concerto no Coliseu dos Recreios em 2008 para o concerto no Optimus Alive 2008. Nada que os impeça de darem um concerto poderoso.

No Palco After Hours passarão também Nuno Lopes, comediante português que vem ao festival mostrar as suas valências enquanto DJ, e também Sizo, projecto português de rock electrónico bastante interessante. A noite neste palco fica muito abaixado do esperado.

Já no Jazz na relva teremos nesse dia o guitarrista Manuel D'Oliveira com o seu mais recente trabalho Amarte, onde a música tradicional portuguesa se funde com o Flamenco, Jazz e música Celta.

Paredes de Coura - Dia 3

Vamos ao terceiro dia deste festival, que muito provavelmente ficará para a história dos palcos portugueses. Mas já lá vamos.

O Palco Nokia irá abrir neste dia com Mundo Cão, uma banda de rock portuguesa com uma onda dark e em que qualquer semelhança nas letras com os trabalhos de Adolfo Luxúria Canibal, é mais que uma simples coincidência... Têm um novo trabalho a mostrar nos palcos nacionais e servirá sobretudo para começar a aquecer o público para o que virá.
Actuarão a seguir os Portugal.The Man, uma banda que apresenta os seus trabalhos de um género alternativo em que se nota uma grande influência do post-hardcore que marcou o seu início de carreira. Será seguramente uma agradável surpresa para muitos, ainda para mais com a sensação de viajar típica de uma certo nicho do post-hardcore. Trarão consigo os dois álbuns lançados na última semana, The Satanic Satanist e The Majestic Majesty.
Iniciando-se a fase nocturna, irão actuar os Blood Red Shoes, mais uma banda indie rock proveniente de Inglaterra. Este duo promete animar as hostes, com o seu trabalho influenciado por grupos norte-americanos ligados ao rock e punk.
Para começar a fase dos consagrados nesta noite, entrará então em acção Peaches. Com o glam-rock/electroclash com muitas referências sexualmente explícitas, a primeira sensação que fica é que esta presença no cartaz destoa um pouco. De qualquer modo, haverá com certeza grandes doses de animação.
Para concluir esta noite, o nome principal do dia, Nine Inch Nails. E se no início do texto me referi a poder fazer-se história, é esta a razão. Trent Reznor já disse que esta série de espectáculos na europa será a última e que posteriormente a tour americana marcará o fim da banda. E a história será possível exactamente por isso, por marcar o último espectáculo de Reznor em Portugal, o último espectáculo de um dos maiores artistas da sua geração e que manteve sempre uma posição de força contra a indústria discográfica. Tendo em conta todas as "condicionantes", espera-se um alinhamento correspondente a um verdadeiro "best of" de Nine Inch Nails.

No Palco After-Hours, iremos ter a presença de Kap Bambino e Punks Jump Up. Kap Bambino, é um duo francês conhecido pela sua electrónica com toques metálicos e pelas suas actuações ao vivo com uma energia muito fora do comum. O segundo grupo, trabalha à base de remixes de outros artistas, o que poderá ser muito interessante para os apreciadores do género de trabalhos.

O Jazz na Relva irá contar com a presença dos Space Ensemble, um colectivo do Porto, cuja amálgama de instrumentos incomuns se torna estranhamente atractiva.

Paredes de Coura - Dia 2

Ora chegados ao segundo dia deste festival, prosseguimos com a toada de rock alternativo já típica deste festival.

Começam por subir ao palco Nokia os The Temper Trap, já com três trabalhos publicados neste ano e que trazem a sua onda indie rock a Paredes de Coura. Seguir-se-ão os The Pains of Being Pure at Heart, com o seu indie rock/noise pop, apresentando o seu primeiro álbum com um certo cheiro a pop dançável.
Chegando à fase nocturna e com certeza a aproximar-se a hora dos artistas mais esperados, subirão ao palco os The Horrors. Apesar de apresentados como uma banda de garage rock, a sua sonoridade parece muito próxima de conceituados como The Editors ou Interpol, com um toque de obscuridade muito atractivo. Irão apresentar o seu segundo trabalho de originais, Primary Colours muito bem recebido pela crítica e espera-se que também pelo público nacional.
E chegará então a hora dos nomes já conceituados. Em primeiro lugar aparecerão os Supergrass, já com uma longa carreira (mais de 15 anos), representando a vertente britpop, é de apostar num alinhamento que funcione um pouco como compilação da carreira, dado que o lançamento do último álbum foi ainda no primeiro trimestre de 2008. Sente-se claramente que iremos ter um som com mais potência e irá criar-se um ambiente mais "rock fest".
E para fechar a noite deste palco em grande, quem mais se não os já muito elogiados Franz Ferdinand. Com um álbum lançado este ano (cuja análise pode ser vista aqui), prometem não deixar ninguém indiferente e eles sim, deixar toda a gente com vontade de se mexer no recinto. Não deverão ficar de fora obviamente os grandes "hits" do passado da banda, mas o foco será seguramente no último trabalho. Destes senhores esperam-se grandes coisas e certamente não irão desiludir ninguém.

Para quem estiver com forças para ir ao Palco After-Hours, haverão actuações de Holy Ghost! e Crew Lips. Os primeiros, irão certamente dar azo a muito tempo de dança sem parar, com a sua electrónica. Já a segunda actuação, lamento mas não foram encontradas informações. Se alguém as possuir, ficaremos gratos por nos serem transmitidas.

Ainda uma referência ao Jazz na Relva, onde haverá actuação de Qaije e Sergio Carolino.

Paredes de Coura - Dia 1

Primeiro dia de Paredes de Coura. O que esperar?

O dia começa com Sean Riley & The Slowriders. Este colectivo de Coimbra há muito que já merecia um grande palco para mostrar o seu valor.
Trazem ao Minho dois álbuns já editados, o aclamado Farewell e o novíssimo trabalho Only Time Will Tell. O seu Folk é de facto bastante cativante e mais importante que tudo, vê-se que é feito com gosto. O sentimento está lá. Oportunidade mais do que merecida.

The Strange Boys, ainda a darem os primeiros passos neste mundo e já a terem de enfrentar o exigente público de Paredes de Coura. Esta banda de Garage Revival oriunda de Austin, Texas, conta apenas com uma publicação, And Girls Club. No entanto o seu trabalho foi muito bem recebido pela crítica. O seu som é bastante característico, com influências claras em bandas como os Beach Boys. A sua música parece mesmo sair algures de uma grafonola, o que cria um ambiente bastante nostálgico. Todos estes factores fazem com que estejamos com uma certa água na boca para assistir ao seu concerto.

Sobe ao palco Patrick Wolf. Este rapaz de 26 desde cedo se encontra inserido no meio musical, tenho mesmo saído de casa aos 16 anos para perseguir o seu sonho, a música. Vem a Paredes de Coura já com cinco álbuns editados, sendo o último The Conqueror. A ver vamos se satisfaz os fãs e agarra o resto do público.

A acabar a noite no Palco After Hours, Bons Rapazes, ou seja, Miguel Quintão e Álvaro Costa. Estes senhores vêm fazer uma espécie de DJ set ao seu estilo, dentro do seu estilo.

Um dia que, certamente, não deixará muitas saudades entre festivaleiros.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Os festivais que ainda estão para vir

Ora então, para todos os que ainda procuram um destino de férias mais musical, aqui fica uma lista para o que sobra neste verão:

Paredes de Coura, 29/30/31 de Julho e 1 de Agosto - Praia Fluvial do Tabuão (Paredes de Coura)
Rock One, 5/6/7/8 de Agosto - Autódromo Internacional do Algarve (Portimão)
Sudoeste TMN, 5/6/7/8/9 de Agosto - Herdade da Casa Branca (Zambujeira do Mar)
Vagos Open Air, 7/8 de Agosto - Lagoa do Calvão (Aveiro)
Super Bock Surf Fest, 13/14 de Agosto - Fortaleza de Sagres (Sagres)
Festival Ilha do Ermal, 28/29/30 de Agosto - Ilha do Ermal (Vieira do Minho)
Angra Rock, 4/5/6 de Setembro - Angra do Heroísmo (Ilha Terceira)
Vidigueira Jovem, 11/12 de Setembro - Vidigueira
Caos Emergente, 11/12/13 de Setembro - Recarei (Paredes)



Portanto agora, é aproveitar.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Guitarra 66"

Uma guitarra feita de viagens, um músico feito de vivências. Uma linha no horizonte que tanto reconforta como desperta. Um homem que vai, um coração que fica. Tó Trips.

Músico já amplamente reconhecido de projectos como Dead Combo e Amen Sacristi, Tó Trips decide lançar o seu primeiro trabalho a solo, Guitarra 66. Este seu álbum é muito da sua vida, o que o torna num trabalho bastante introspectivo. Mostra-nos o seu crescimento como cidadão do mundo e dá-nos a conhecer pelos seus olhos, dedos e guitarra o ritmo que cadencia a vida lá fora. O nome do álbum vem ainda reforçar esta mesma ideia, onde 66 remete para o ano de nascimento de Tó Trips mas também para a Route 66, fazendo assim deste trabalho uma espécie de banda-sonora do percurso já percorrido pelo artista na estrada da sua vida.
Mas como Tó Trips admitiu, este trabalho é também dedicado à sua mulher, Raquel Castro, que aparece na capa, à janela, junto ao Cairo.

Destaco Pinacoolata, que nos traz um sabor latino-americano, ou mesmo Esmoriz, onde nos reconhecemos como Portugal, onde tudo é mar, tudo é ir e voltar.


7.5/10


País: Portugal
Ano: 2009
Editora: Mbari

Myspace

Tracklist:

1. "Guitarra 66"
2. "Pinacoolata"
3. "Traffic"
4. "Spanish Letters"
5. "Rua Da Inquietude"
6. "I Love Your Air"
7. "The Road To Aït Benhaddou"
8. "Old Times On The Balcon Jack"
9. "The Wind Blows"
10. "Ponzo"
11. "Esmoriz"
12. "Electric Marrakesh"

quarta-feira, 22 de julho de 2009

"Octahedron"

E ao quinto álbum, que a banda afirma ser o seu álbum acústico, o nível do grupo mantém-se. Com a qualidade já habitual, com temas a usarem letras muito mais introspectivas, este álbum seguramente agarra qualquer um, desde que aberto a uma nova sonoridade. Como ponto a destacar, a última aquisição do grupo, Thomas Pridgen. Para quem não sabe, este senhor é um baterista muito considerado no meio musical, sobretudo no meio do gospel e com uma técnica muito acima da média. É notório nos últimos trabalhos a sua mão, dando uma nova dimensão ao som da banda com a sua percussão muito característica. E esta secção de bateria tão diferente, em conjunto com o toque genial de Omar e a voz de Cedric Bixler-Zavala, atingiram um nível fantástico neste trabalho.

Há que deixar claro: estes rapazes continuam iguais a si próprios, com uma imprevisibilidade que poucos grupos conseguem ter e que poucos se arriscam a aproveitar. E tudo isto revela talento e criatividade. Criatividade essa que não fica pela parte musical, pois mesmo os títulos das faixas do álbum conseguem mencionar cientistas famosos, paisagens naturais e outras áreas da cultura popular.

A destacar neste álbum, ficam as músicas "Since we've been wrong" (e que diferença se sente entre o momento em que há uma bateria e a parte em que não há!), "Cotopaxi", que claramente marca uma diferença em relação ao restante do álbum, com uma energia explosiva pouco vista neste álbum e "Copernicus", onde se sente muito a utilização do teclado a embelezar a obra.

9.0/10


País: Estados Unidos da América
Ano: 2009
Editora: Warner Bros. Records / Mercury

Myspace

Tracklist:

1. "Since We've Been Wrong" 7:21
2. "Teflon" 5:04
3. "Halo of Nembutals" 5:31
4. "With Twilight as My Guide" 7:52
5. "Cotopaxi" 3:38
6. "Desperate Graves" 4:57
7. "Copernicus" 7:23
8. "Luciforms" 8:22

quarta-feira, 15 de julho de 2009

"Ephemeral"

Dedico este meu serão a disertar breves palavras sobre o novo trabalho dos Pelican. Esta banda de Post e Doom-Metal lançou no passado mês de Junho o seu novo Extended Play, Ephemeral. Veio, assim, trazer novidades aos seus fãs sobre qual o caminho que está a ser desbravado para o aguardado novo álbum.

Com este cheirinho, a banda americana mostra-nos que o seu som está cada vez mais afastado do seu álbum de 2003, sem no entanto se perder toda a emoção que a sua música desperta.
As guitarras estão muito mais pesadas mas o espírito permanece o mesmo. No entanto sente-se que a banda não arriscou muito neste EP, mantendo a linha que os tem guiado na sua carreira.

Ephemeral dá-nos sinais de bom tempo por Los Angeles.


8/10



País: Estados Unidos da América
Ano: 2009
Editora: Southern Lord Records

Myspace - www.myspace.com/pelican

Tracklist:

1. "Embedding the Moss"
2. "Ephemeral"
3. "Geometry of Murder" - (Earth cover)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"The Eternal"

Após um interregno de três anos no que toca a concepção musical, os Sonic Youth voltam com o seu novo e tão aguardado álbum The Eternal. Porém, a idade parece não afectar a sonoridade do colectivo de New York, que continua a impor ritmo ao seu rock experimental. Este novo álbum é o primeiro pela editora Matador Records e também o primeiro com Mark Ibold, baixista da primeira formação de Pavement.



The Eternal é assim um álbum baseado num rock mais agressivo. "Sacred Trickster" abre o álbum com enorme força, força essa que é aproveitada para músicas como "Anti-Orgasm", "What We Know" e "Poison Arrow".
No fim do álbum surge possivelmente a música mais calma do álbum, "Massage the History" que, talvez pela sua imprevisibilidade, se torna numa das melhores de todo este trabalho.
De salientar também o excelente trabalho de Kim Gordon nas letras que agarrou. Continua a trazer algo de especial à sonoridade dos Sonic Youth.

8.0/10

Buy | Download


País: Estados Unidos da América

Ano:2009

Editora: Matador Records

Myspace


Tracklist:


1. "Sacred Trickster" (Vocals Gordon)
2. "Anti-Orgasm" (Vocals Gordon/Moore/Ranaldo)
3. "Leaky Lifeboat (for Gregory Corso)" (Vocals Gordon/Moore/Ranaldo)
4. "Antenna" (Vocals Moore/Ranaldo)
5. "What We Know" (Vocals Ranaldo/Gordon)
6. "Calming the Snake" (Vocals Gordon)
7. "Poison Arrow" (Vocals Ranaldo/Gordon/Moore)
8. "Malibu Gas Station" (Vocals Gordon)
9. "Thunderclap for Bobby Pyn" (Vocals Moore)
10. "No Way" (Vocals Moore/Ranaldo)
11. "Walkin Blue" (Vocals Ranaldo)
12. "Massage the History" (Vocals Gordon)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"Farm"

O que dizer destes senhores? Muito pouco, visto que a sua música diz quase tudo. Banda de Indie Rock com mais de 25 anos, sempre um passo à frente no que toca a experimentalismo, embora um pouco escondida no seu movimento underground. Trabalhos como You're Living All Over Me, Bug e Green Mind pautam a sua carreira reconhecida mesmo pela crítica mais exigente.

Foi através de um vídeo que a banda nos começou a mostrar o caminho do seu novo álbum. I Don't Wanna Go There abriu de tal maneira o apetite pelo novo trabalho que pessoalmente preferia que tivesse sido disponibilizado mais perto da data de lançamento do álbum. Isto para "sofrer" menos tempo.





Farm é assim um álbum feito à figura de Dinosaur Jr.. Tanto nos excita como nos toca. J Mascis continua a criar decibeis de genialidade a partir da sua guitarra, o que de certa forma é notável. Uma banda como os Dinosaur Jr. podia muito bem ter regressado com algo que apenas desse continuidade à sua carreira, algo que os mantivesse "vivos". No entanto a banda recusa-se a seguir o caminho mais fácil e opta por aquele que lhes dá mais gozo, o de explorar o seu som e de continuamente o renascer.
Continuam a mostrar a muito boa gente como é que se faz música. Enough Said.

8.5/10


Buy | Download


País: Estados Unidos da América

Ano: 2009

Editora: Jagjaguwar

Tracklist:


1. "Pieces"

2. "I Want You to Know"

3. "Ocean in the Way"

4. "Plans"

5. "Your Weather"

6. "Over It"

7. "Friends"

8. "Said the People"

9. "There's No Here"

10. "See You"

11. "I Don't Wanna Go There"

12. "Imagination Blind"

segunda-feira, 1 de junho de 2009

"Vendaval"

Desde já se avisa que este álbum não tem qualquer música marcante como "Lisboa" no primeiro. É algo que tira um tom algo épico ao álbum, mas sem que este perca o seu efeito de um ambiente sombrio mas estranhamente agradável. Mas claro que isto não irá retirar a qualidade musical ao grupo. Essa continua lá. Afinal, é uma "super-banda" que para os menos conhecedores, faz da melhor música "pesada" (não gosto nada deste termo, mas não encontro nada melhor a esta hora) nacional e a na minha humilde opinião, da europa. É algo de fascinante a forma como tudo parece fazer sentido nos trabalhos deste grupo de amigos e consegue agarrar quem ouve. Mas há que ser sincero: a nova forma de Heartbeating Locomotiva, Man Hates Space (possivelmente a faixa mais próxima da genialidade neste trabalho) ou Dead at Sea, não chegam para bater o fantástico "Hellstone", mas mantêm um nível bem alto. Não envergonha ninguém este álbum e só mostra a muita qualidade que ainda existe no doom (nacional).

7.0/10


País: Portugal
Ano: 2009
Editora: Raging Planet

Myspace

Tracklist:

1. First Season
2. Heartbeating Locomotiva
3. Man Hates Space
4 Quatero
5. Drunk Flies Drugged Souls
6. Last Season
7. 1200
8. Medusa
9. Novee
10. Coldest Tide
11. Queen of A Million
12. Dead at Sea

sábado, 25 de abril de 2009

"Static Tensions"

Confesso que não conhecia esta banda até há cerca de quinze dias, mas ao ler uma publicação estrangeira, saltou-me à vista este álbum. Não só por ter uma capa muito sui generis, assim como o facto de o autor do texto assinar com um nome tipicamente português. Foi meio caminho andado para ficar curioso. Arranjei o álbum e assim que tive tempo, decidi confirmar as boas indicações deixadas. E de facto não fiquei mesmo nada desapontado. Em termos de instrumental, sente-se logo uma semelhança com bandas como Neurosis ou Mastodon. E a linha é claramente semelhante, com umas ligeiras modificações que dão o cunho pessoal ao som da banda. Nota-se uma grande harmonia no funcionamento do grupo, sons muito poderosos para fãs do género, com uma grande descarga de energia, fazendo uso de uma grande técnica e dando grande destaque à bateria. Como de costume, não me alongarei muito mais do que o suficiente para, espero eu, deixar a vontade de experimentar.

8.0/10

"Static Tensions":

Scapegoat (3:25)
Insomnia for Months (2:04)
Said and Done (4:09)
Unknown Awareness (4:22)
Running Red (5:46)
Nature's Predators (4:10)
Almost Lost (3:03)
Only One (5:20)
Perception (3:43)
To Walk Alone (4:22)

"Ten" (Remixed)

Ora bem, depois de três semanas de ausência "forçada" (não foi por falta de vontade), volto com uma edição extra para compensar. E para começar, vai uma análise curtinha ao "novo Ten" dos Pearl Jam. Basicamente, e de modo a contextualizar este re-lançamento do álbum, a banda irá celebrar em 2011 o lançamento do primeiro álbum de originais e decidiram aproveitar esta altura para pensar em dar uma nova vestimenta ao álbum (e possivelmente a outros), fazendo uma nova produção, para ir mais de encontro ao que os elementos da banda desejavam. Pode-se dizer que esta nova versão apresenta claramente um ponto de vista mais do lado de músico e com muito mais experiência em cima, com correcções a pequenos pormenores típicos do início da carreira. Não será necessário mencionar grandes "hits" como "Alive", "Even Flow" ou "Black", que fizeram deste album o que é hoje, um verdadeiro marco. E também não vale a pena dizer que agora sim o álbum está bom, porque "Ten" foi o álbum certo, na hora certa e que mostrava toda a irreverência de uma banda composta essencialmente por músicos jovens. Não vou alongar muito mais, porque não penso ser necessário num álbum com uma história já feita (e que bonita história...). Essencialmente, este trabalho foi feito para os fãs, juntando um DVD do famoso "MTV Unplugged" e a gravação ao vivo de "Drop in the Park" de 1992, dois momentos históricos para a banda.

9.0/10 (apenas para os fãs, os outros poderão ficar algo desiludidos com o produto)


"Ten" (Remixed):

"Once" (Eddie Vedder, Stone Gossard) – 3:51
"Even Flow" (Vedder, Gossard) – 4:53
"Alive" (Vedder, Gossard) – 5:40
"Why Go" (Vedder, Jeff Ament) – 3:19
"Black" (Vedder, Gossard) – 5:43
"Jeremy" (Vedder, Ament) – 5:18
"Oceans" (Vedder, Gossard, Ament) – 2:41
"Porch" (Vedder) – 3:30
"Garden" (Vedder, Gossard, Ament) – 4:58
"Deep" (Vedder, Gossard, Ament) – 4:18
"Release" (Ament, Gossard, Dave Krusen, Mike McCready, Vedder) – 9:04 
"Release" contains the hidden track "Master/Slave" at 5:20.
"Brother" (Vedder, Gossard) – 3:59
"Just a Girl" (Vedder, Gossard) – 5:02
"Breath and a Scream" (Vedder, Gossard) – 5:58
"State of Love and Trust" (Vedder, McCready, Ament) – 4:49
"2,000 Mile Blues" (Vedder, Ament, McCready, Krusen) – 3:58
"Evil Little Goat" (Ament, Gossard, Krusen, McCready, Vedder) – 1:29

quarta-feira, 8 de abril de 2009

"Bromst"

Como era sabido, Dan não se queria afastar muito do seu último trabalho, Spiderman Of The Rings. Isto porque adora a sua sonoridade, que já lhe é muita característica. Quando se é bom em algo, o melhor é focar-se nos seus dotes e não ter mais olhos que barriga. E foi assim que Dan Deacon desenvolveu este seu novo álbum, não muito distante do segundo mas suficientemente longe para não ficar na sombra do anterior.

Enquanto que Spiderman Of The Rings soa a festa, Bromst tem muito mais de celebração, muito mais de significado. Os sons são muito mais densos e têm muito mais sumo. As músicas pedem mais admiração e não tanto que se dance.
No fundo é um álbum feito para nos fazer disfrutar o momento vivido, um álbum que é capaz de abstrair a nossa alma dos problemas e fazer-nos ver um mundo misterioso e de facto valioso.
As músicas voltam a recorrer a muito delay, reverb e fuzz e tanto o piano como a percussão destacam-se positivamente, o primeiro pela sua beleza e complexidade e o segundo pelos ritmos acelerados que sustentam a maior parte do álbum.

De facto este novo álbum vem mostrar que Dan pode muito bem ser um dominador no noise-pop ou do future shock, como muitos já definiram o estilo do americano.
Bromst é de facto um grande álbum, destacando-se na corrida aos melhores do ano do seu género.

De salientar o excelente trabalho de capa. Dá mesmo vontade de pegar nele e de o descobrir.


8.6/10



Buy | Download


1. "Build Voice" 5:28
2. "Red F" 4:38
3. "Paddling Ghost" 4:06
4. "Snookered" 8:04
5. "Of the Mountains" 7:16
6. "Surprise Stefani" 7:46
7. "Wet Wings" 2:53
8. "Woof Woof" 4:44
9. "Slow with Horns / Run for Your Life" 6:35
10. "Baltihorse" 6:22
11. "Get Older" 6:30



sábado, 4 de abril de 2009

"Living Thing"

Pop de grande qualidade? Onde? Pois, aqui está. Uma pequena sapatada deste grupo no mundo da "pop music", que nos brinda com quantidades infindáveis de lixo. O que não acontece neste caso, dada a qualidade muito elevada. É um álbum incrivelmente viciante, bem pensado, que dá vontade de ouvir de início a fim de uma só vez (a meu ver é o ponto mais importante quando se cria um álbum, o facto de todas as músicas funcionarem bem como conjunto). Já com dois singles lançados ("Lay it down" e "Nothing to worry about"), o grupo tenta marcar impacto desde já. Ambos os singles ficam bem na cabeça e mostram-se com ritmos extremamente alegres, pelo que com certeza não desiludirão fãs e captarão alguns novos fãs. Sem me alongar muito, um trabalho de grande nível, dos melhores do primeiro trimestre de 2009, deixando qualquer um a pedir que outros álbuns dentro do género lançados este ano, venham com o mesmo nível.

8.0/10


"Living Thing":

The Feeling
It Don't Move Me
Just the Past
Nothing to Worry About
I'm Losing My Mind
Living Thing
I Want You!
Lay It Down
Stay This Way
Blue Period Picasso
4 Out of 5
Last Night

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"Fork In The Road"

É claramente indiscutível o estatuto que o senhor Young ocupa na música há várias décadas, estatuto esse que lhe permite fazer de tudo.
Também se sabe que Neil Young se soube adaptar à mudança dos tempos, nunca deixando para trás as suas raízes. Soube pegar numa guitarra eléctrica e com ela aproximar o seu som das novas gerações. E é isso que Neil Young continua a fazer, continua a arriscar novas experiências.

Fork In The Road surge numa altura em que Neil Young faz parte do projecto Lincvolt e daí este seu novo álbum ser inspirado no Lincoln Continental de 1959 que foi totalmente modificado para trabalhar inteiramente a energias renováveis.
É logo bastante perceptível que o álbum se encontra muito à volta do mundo automóvel. Deste o título do álbum ao título das músicas percebe-se que tudo tem um bocadinho de carros. E quando finalmente se ouve o trabalho no seu todo, tudo faz sentido: o blues em movimento é a grande base do álbum e as guitarras bastante experimentais e industriais soam a trabalhos de oficina.
Saliento a Just Singing A Song, um registo que nos lembra um Young já por nós conhecido mas que nunca nos cansamos de ouvir. Só se pedia um solo maior.

Um trabalho bastante conceptual que transpira Blues por tudo o que é nota.
Neil Young mostra assim que continua aí para as curvas e nós, fãs, só devemos estar felizes por isso.


6.5/10


Buy | Download


1. “When Worlds Collide” 4:00
2. “Fuel Line” 5:00
3. “Just Singing a Song” 3:32
4. “Johnny Magic” 6:42
5. “Cough Up the Bucks” 5:11
6. “Get Behind the Wheel” 5:37
7. “Off the Road” 4:20
8. “Hit the Road” 4:12
9. “Light a Candle” 7:21
10. “Fork in the Road” 6:00