sábado, 25 de abril de 2009

"Static Tensions"

Confesso que não conhecia esta banda até há cerca de quinze dias, mas ao ler uma publicação estrangeira, saltou-me à vista este álbum. Não só por ter uma capa muito sui generis, assim como o facto de o autor do texto assinar com um nome tipicamente português. Foi meio caminho andado para ficar curioso. Arranjei o álbum e assim que tive tempo, decidi confirmar as boas indicações deixadas. E de facto não fiquei mesmo nada desapontado. Em termos de instrumental, sente-se logo uma semelhança com bandas como Neurosis ou Mastodon. E a linha é claramente semelhante, com umas ligeiras modificações que dão o cunho pessoal ao som da banda. Nota-se uma grande harmonia no funcionamento do grupo, sons muito poderosos para fãs do género, com uma grande descarga de energia, fazendo uso de uma grande técnica e dando grande destaque à bateria. Como de costume, não me alongarei muito mais do que o suficiente para, espero eu, deixar a vontade de experimentar.

8.0/10

"Static Tensions":

Scapegoat (3:25)
Insomnia for Months (2:04)
Said and Done (4:09)
Unknown Awareness (4:22)
Running Red (5:46)
Nature's Predators (4:10)
Almost Lost (3:03)
Only One (5:20)
Perception (3:43)
To Walk Alone (4:22)

"Ten" (Remixed)

Ora bem, depois de três semanas de ausência "forçada" (não foi por falta de vontade), volto com uma edição extra para compensar. E para começar, vai uma análise curtinha ao "novo Ten" dos Pearl Jam. Basicamente, e de modo a contextualizar este re-lançamento do álbum, a banda irá celebrar em 2011 o lançamento do primeiro álbum de originais e decidiram aproveitar esta altura para pensar em dar uma nova vestimenta ao álbum (e possivelmente a outros), fazendo uma nova produção, para ir mais de encontro ao que os elementos da banda desejavam. Pode-se dizer que esta nova versão apresenta claramente um ponto de vista mais do lado de músico e com muito mais experiência em cima, com correcções a pequenos pormenores típicos do início da carreira. Não será necessário mencionar grandes "hits" como "Alive", "Even Flow" ou "Black", que fizeram deste album o que é hoje, um verdadeiro marco. E também não vale a pena dizer que agora sim o álbum está bom, porque "Ten" foi o álbum certo, na hora certa e que mostrava toda a irreverência de uma banda composta essencialmente por músicos jovens. Não vou alongar muito mais, porque não penso ser necessário num álbum com uma história já feita (e que bonita história...). Essencialmente, este trabalho foi feito para os fãs, juntando um DVD do famoso "MTV Unplugged" e a gravação ao vivo de "Drop in the Park" de 1992, dois momentos históricos para a banda.

9.0/10 (apenas para os fãs, os outros poderão ficar algo desiludidos com o produto)


"Ten" (Remixed):

"Once" (Eddie Vedder, Stone Gossard) – 3:51
"Even Flow" (Vedder, Gossard) – 4:53
"Alive" (Vedder, Gossard) – 5:40
"Why Go" (Vedder, Jeff Ament) – 3:19
"Black" (Vedder, Gossard) – 5:43
"Jeremy" (Vedder, Ament) – 5:18
"Oceans" (Vedder, Gossard, Ament) – 2:41
"Porch" (Vedder) – 3:30
"Garden" (Vedder, Gossard, Ament) – 4:58
"Deep" (Vedder, Gossard, Ament) – 4:18
"Release" (Ament, Gossard, Dave Krusen, Mike McCready, Vedder) – 9:04 
"Release" contains the hidden track "Master/Slave" at 5:20.
"Brother" (Vedder, Gossard) – 3:59
"Just a Girl" (Vedder, Gossard) – 5:02
"Breath and a Scream" (Vedder, Gossard) – 5:58
"State of Love and Trust" (Vedder, McCready, Ament) – 4:49
"2,000 Mile Blues" (Vedder, Ament, McCready, Krusen) – 3:58
"Evil Little Goat" (Ament, Gossard, Krusen, McCready, Vedder) – 1:29

quarta-feira, 8 de abril de 2009

"Bromst"

Como era sabido, Dan não se queria afastar muito do seu último trabalho, Spiderman Of The Rings. Isto porque adora a sua sonoridade, que já lhe é muita característica. Quando se é bom em algo, o melhor é focar-se nos seus dotes e não ter mais olhos que barriga. E foi assim que Dan Deacon desenvolveu este seu novo álbum, não muito distante do segundo mas suficientemente longe para não ficar na sombra do anterior.

Enquanto que Spiderman Of The Rings soa a festa, Bromst tem muito mais de celebração, muito mais de significado. Os sons são muito mais densos e têm muito mais sumo. As músicas pedem mais admiração e não tanto que se dance.
No fundo é um álbum feito para nos fazer disfrutar o momento vivido, um álbum que é capaz de abstrair a nossa alma dos problemas e fazer-nos ver um mundo misterioso e de facto valioso.
As músicas voltam a recorrer a muito delay, reverb e fuzz e tanto o piano como a percussão destacam-se positivamente, o primeiro pela sua beleza e complexidade e o segundo pelos ritmos acelerados que sustentam a maior parte do álbum.

De facto este novo álbum vem mostrar que Dan pode muito bem ser um dominador no noise-pop ou do future shock, como muitos já definiram o estilo do americano.
Bromst é de facto um grande álbum, destacando-se na corrida aos melhores do ano do seu género.

De salientar o excelente trabalho de capa. Dá mesmo vontade de pegar nele e de o descobrir.


8.6/10



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1. "Build Voice" 5:28
2. "Red F" 4:38
3. "Paddling Ghost" 4:06
4. "Snookered" 8:04
5. "Of the Mountains" 7:16
6. "Surprise Stefani" 7:46
7. "Wet Wings" 2:53
8. "Woof Woof" 4:44
9. "Slow with Horns / Run for Your Life" 6:35
10. "Baltihorse" 6:22
11. "Get Older" 6:30



sábado, 4 de abril de 2009

"Living Thing"

Pop de grande qualidade? Onde? Pois, aqui está. Uma pequena sapatada deste grupo no mundo da "pop music", que nos brinda com quantidades infindáveis de lixo. O que não acontece neste caso, dada a qualidade muito elevada. É um álbum incrivelmente viciante, bem pensado, que dá vontade de ouvir de início a fim de uma só vez (a meu ver é o ponto mais importante quando se cria um álbum, o facto de todas as músicas funcionarem bem como conjunto). Já com dois singles lançados ("Lay it down" e "Nothing to worry about"), o grupo tenta marcar impacto desde já. Ambos os singles ficam bem na cabeça e mostram-se com ritmos extremamente alegres, pelo que com certeza não desiludirão fãs e captarão alguns novos fãs. Sem me alongar muito, um trabalho de grande nível, dos melhores do primeiro trimestre de 2009, deixando qualquer um a pedir que outros álbuns dentro do género lançados este ano, venham com o mesmo nível.

8.0/10


"Living Thing":

The Feeling
It Don't Move Me
Just the Past
Nothing to Worry About
I'm Losing My Mind
Living Thing
I Want You!
Lay It Down
Stay This Way
Blue Period Picasso
4 Out of 5
Last Night

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"Fork In The Road"

É claramente indiscutível o estatuto que o senhor Young ocupa na música há várias décadas, estatuto esse que lhe permite fazer de tudo.
Também se sabe que Neil Young se soube adaptar à mudança dos tempos, nunca deixando para trás as suas raízes. Soube pegar numa guitarra eléctrica e com ela aproximar o seu som das novas gerações. E é isso que Neil Young continua a fazer, continua a arriscar novas experiências.

Fork In The Road surge numa altura em que Neil Young faz parte do projecto Lincvolt e daí este seu novo álbum ser inspirado no Lincoln Continental de 1959 que foi totalmente modificado para trabalhar inteiramente a energias renováveis.
É logo bastante perceptível que o álbum se encontra muito à volta do mundo automóvel. Deste o título do álbum ao título das músicas percebe-se que tudo tem um bocadinho de carros. E quando finalmente se ouve o trabalho no seu todo, tudo faz sentido: o blues em movimento é a grande base do álbum e as guitarras bastante experimentais e industriais soam a trabalhos de oficina.
Saliento a Just Singing A Song, um registo que nos lembra um Young já por nós conhecido mas que nunca nos cansamos de ouvir. Só se pedia um solo maior.

Um trabalho bastante conceptual que transpira Blues por tudo o que é nota.
Neil Young mostra assim que continua aí para as curvas e nós, fãs, só devemos estar felizes por isso.


6.5/10


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1. “When Worlds Collide” 4:00
2. “Fuel Line” 5:00
3. “Just Singing a Song” 3:32
4. “Johnny Magic” 6:42
5. “Cough Up the Bucks” 5:11
6. “Get Behind the Wheel” 5:37
7. “Off the Road” 4:20
8. “Hit the Road” 4:12
9. “Light a Candle” 7:21
10. “Fork in the Road” 6:00