sábado, 28 de março de 2009

"Crack The Skye"

Mas que material poderoso! Não há dúvidas que os Mastodon estão a aproximar-se (ou talvez já tenham até alcançado esse patamar) rapidamente da maturidade musical. Com uma série de álbuns com qualidade, o nível elevadíssimo deste trabalho não surpreende. É notório que há uma mudança de direcção do grupo, adoptando um metal com um estilo mais melódico e menos nervoso como era seu apanágio. Sente-se que este trabalho é provavelmente, aquele que melhor funciona em termos de constituir uma sequência totalmente sólida de músicas.

Após esta pequena introdução, podemos começar a ser mais específicos. Como é habitual quando se fala de Mastodon, ainda que a ideia real não seja essa, acabamos por sentir sempre uma ligação com o mundo do fantástico (um gosto muito particular da banda por álbuns conceptuais). Neste caso específico, sente-se que estamos a fazer uma viagem para longe deste planeta, mas não só. É curioso verificar uma série de referências à Rússia czarista, que está bem patente no "artwork" do álbum. Sendo assim, é de referir a explicação dada pela banda em relação à estrutura do álbum, que representa a vivência de um paraplégico ao longo de uma viagem "astral". Sobra espaço para uma homenagem à irmã do baterista Bränn Dailor em "Crack the Skye".

Em suma, temos um álbum de um nível elevadíssimo, que corresponde às expectativas de ser um dos álbuns de metal mais esperados do ano. Tem uma componente instrumental de topo e uma componente vocal muito melhorada. Para um fã, é impossível não adorar o álbum.

9.5/10


"Crack the Skye":

1. "Oblivion" 5:48
2. "Divinations" 3:39
3. "Quintessence" 5:27
4. "The Czar" 
"Usurper"
             "Escape"   10:54
"Martyr"
"Spiral"
5. "Ghost of Karelia" 5:25
6. "Crack the Skye" 5:54
7. "The Last Baron" 13:01

quinta-feira, 26 de março de 2009

"It's Blitz!"

Os Yeah Yeah Yeah’s lançam o seu terceiro álbum de originais e deixam-nos bem claro que não sabem fazer má música. It’s Blitz decerto não será um daqueles trovões energéticos a que o colectivo de Karen O nos habituou, mas decerto denota um crescimento a nível de colectivo e sonoridade.

Embora tenham mantido as garras bem afiadas no EP Is Is, lançado em 2007, a banda optou por seguir um caminho mais electrónico neste terceiro álbum de originais, explorando o seu lado mais experimental. Já se tem tornado um hábito bandas como os Yeah’s, já com o seu lugar ao sol, tentarem registos mais electrónicos, o que normalmente costuma sair “furado”. No entanto os Yeah’s sabem faze-lo, e sejamos sinceros… não lhes fica nada mal. Momentos como Skeletons, Zero e Hysteric não nos deixam mentir.
Para este registo fazem-se soar muito menos as guitarras poderosas a que Nick nos tinha habituado sem nunca, porém, serem deixadas em casa, como se percebe em Dull Life.
Destaca-se também Runaway, tema que nos mostra uma faceta mais introspectiva da banda, em que o piano se funde com a voz de Karen O desenrolando-se numa excepcional e simples canção.
A banda seguiu pelo caminho que se previa. Um registo globalmente mais calmo e dançavél mas que claramente não os deixa ficar mal. Como a vida, também a música é feita de experiências. Fossem todas como esta.


7.5/10





1."Zero" 4:25
2."Heads Will Roll" 3:41
3."Soft Shock" 3:53
4."Skeletons" 5:02
5."Dull Life" 4:08
6."Shame and Fortune" 3:31
7."Runaway" 5:13
8."Dragon Queen" 4:02
9."Hysteric" 3:50
10."Little Shadow" 3:57



quarta-feira, 25 de março de 2009

Smells Like Flannel #1 - Young Tree



Groundation! Este reggea tem uma sonoridade especial. Talvez da evidente influencia do jazz, torna-o um reggae muito intenso e atractivo. A musica é tocada com forte sentimento e criatividade. Ao ouvirmos este album a musica traz-nos algo mais como uma vivência ou a traduço dos sentimentos dos artistas, e as letras deixam-nos o desejo de aderirmos ao lifestyle, procurar o mais feliz conceito de felicidade e fazer algo por um mundo melhor.




Artista: Groundation
País:
Estados Unidos da América
Ano:
1991
Editora:
Young Tree

Tracklist:


#1. Long, Long Ago
#2. Glory to the Kings
#3. Confusing Situation
#4. Congress Man
#5. Craven fe' Dead
#6. Dream
#7. Young Tree
#8. Vibes Alive
#9. Groundation Chant
#10. Grounding Dub

sábado, 21 de março de 2009

"Dance Mother"

Será uma crítica muito curtinha esta. Em primeiro lugar porque, sinceramente, o gosto em analisar este álbum foi pouco. Não faz de todo o meu género e à medida que avançava na sua audição a sensação de tédio foi sempre aumentando. Devo então explicar que a grande base das minhas críticas vai para o facto de o álbum se passar quase na totalidade num tom monocórdico, sendo as melodias todas muito semelhantes. Assim sendo, ainda que as peças tenham qualidade, não queremos uma fórmula de sucesso que é repetida durante quase uma hora que acaba por se tornar... um insucesso.

Resumindo, sim foi isto que leram: melodicamente é um bom álbum, os Telepathe têm capacidade para fazer coisas boas mas faltou-lhes criatividade neste segundo álbum, que neste caso representa um teste com nota suficiente.

6.0/10


"Dance Mother":

"So Fine" - 3:29

"Chrome's on it" - 4:11

"Devil's Trident" - 4:24

"In Your Line" - 4:28

"Lights Go Down" - 4:47

"Can't Stand It" - 6:11

"Michael" - 4:09

"Trilogy" - 6:59

"Drugged" - 3:03

quinta-feira, 19 de março de 2009

"The Crying Light"

Por mais que Antony chore, as suas músicas sempre nos iluminaram com a sua beleza sobrenatural. Uma voz que tanto geme por tristeza como por felicidade.
O talento inato de Antony para compor já não é de agora, como nos tinha dado a perceber o mundialmente aclamado I Am A Bird Now. The Crying Light vem confirmar aquilo que todos nós já sabíamos: que Antony cria composições épicas.


Este seu novo álbum apoia-se novamente na dicotomia infância/velhice. Em temas como Her Eyes Are Underneath The Ground, One Dove ou mesmo Kiss My Name, o músico inglês começa por remeter para a sua infância, descrevendo como era feliz, e acaba prevendo a sua velhice, o seu Fado. Interessante como a música toma aqui os contornos da vida, associando o início da música à infância (inicio da vida) e fim da mesma com a morte.
Já em Aeon, o músico escreve sobre a morte do pai, para a qual não estava preparado: “Hold my father/For it is myself/Without him I wouldn’t exist”. De salientar também temas como o desejo de regresso a casa em Everglade, a necessidade de fuga para outra vida em Another World e uma viagem por um ataque epilético de lobo temporal em Epilespy is Dancing, composição que nos leva a um lugar decerto especial.
Apenas saliento de negativo o facto de os vocais em Dust and Water se poderem tornar um pouco irritativos.


The Crying Light revela-se um trabalho para além do aspecto musical, um trabalho que nos levanta a curiosidade sobre o que Antony tem para nos dizer. Um registo que se faz soar mágico e que puramente excede o banal. Sublime.

8.0 /10

P.S.: Como em qualquer composição, vários pontos de vista podem ser adoptados relativamente à sua essência, consoante a ligação criada entre música-letra-pessoa.






"Her Eyes Are Underneath the Ground" (Antony & Nick Hegarty) - 4:24
"Epilepsy Is Dancing" - 2:42
"One Dove" (Antony & Barry Reynolds) - 5:34
"Kiss My Name" - 2:48
"The Crying Light" - 3:18
"Another World" - 4:00
"Daylight and the Sun" - 6:21
"Aeon" - 4:35
"Dust and Water" - 2:50
"Everglade" - 2:58


sábado, 14 de março de 2009

"A-Lex"

Primeiro que tudo, há que deixar claros certos aspectos em relação a este álbum: é o primeiro da carreira dos Sepultura, em que não surge qualquer um dos irmãos Cavalera (dos membros originais sobra apenas Paulo Jr.); em segundo lugar, fruto da ausência destes dois nomes, as expectativas baixam sempre uma vez que eram ambos considerados a alma da banda, nos últimos anos já reduzida a metade; e por último, a banda apostou na criação de um álbum conceptual, o que se já é difícil sair bem uma vez, imagine-se fazê-lo bem duas vezes e ainda por cima seguidas. E é por aqui que se pode muito bem começar a enquadrar o espírito do álbum.

Decidiram os Sepultura criar este álbum baseando-se na novela "A Clockwork Orange", mais conhecida pela sua adaptação ao cinema por Stanley Kubrick. Tendo em conta toda a temática abordada ao longo do enredo, é brilhante a forma como foi conseguido pelo grupo chegar a um trabalho desta qualidade. Raros são os momentos em que a pessoa não se sente embutida do espírito do filme, com uma "banda-sonora" desta qualidade. É impressionante como a sensação de um ambiente pesado, violento, hostil, se sente em quase todos os momentos durante a audição deste trabalho. Se alguém quer sentir a violência a crescer por algum tempo dentro de si, este é o álbum certo nesta altura. Mas não é só pela interpretação feita que se pode salientar, mas também as armas com que esta é realizada. Que fique bem claro que este é um álbum de thrash de grande nível e com o toque de música tribal que sempre pautou o trabalho de Sepultura. Um mimo.

Destaquem-se ainda algumas coisas como não podia deixar de ser. "Metamorphosis" e "Sadistic Values", são duas músicas poderosas, magistrais na criação da tal atmosfera, que rapidamente passa de uma sensação desconfortável de receio para um momento de completa insanidade e brutalidade. Por último, "Ludwig Van", onde a banda acompanha obras de Ludwig Van Beethoven de forma brilhante, aludindo a uma caracterísitca marcante da personagem Alex.

Resumindo, este é daqueles que não engana. Qualidade elevadíssima.

8.5/10


"A-Lex"

"A-Lex I" 1:53
"Moloko Mesto" 2:09
"Filthy Rot" 2:45
"We've Lost You" 4:13
"What I Do!" 2:01
"A-Lex II" 2:18
"The Treatment" 3:23
"Metamorphosis" 3:01
"Sadistic Values" 6:50
"Forceful Behavior" 2:27
"Conform" 1:54
"A-Lex III" 2:03
"The Experiment" 3:28
"Strike" 3:40
"Enough Said" 1:36
"Ludwig Van" 5:29
"A-Lex IV" 2:46
"Paradox" 2:15

sábado, 7 de março de 2009

"Invaders Must Die"

Doze anos depois, um álbum dos The Prodigy com os três elementos. E convenhamos, melhor que a única aparição feita em estúdio neste espaço de tempo. Um trabalho ainda longe do nível de "Fat of the Land", mas uma recuperação em relação ao último trabalho. Um single de apresentação, "Omen" viciante, dos que ficam na cabeça à primeira audição é provavelmente o ponto alto do álbum, juntamente com "Piranha"que dá um toque mais rock e festivo ao trabalho. Não será de todo um álbum dos que ficam para a história, mas é um reaparecer de uma grande banda, a tempo de regressar à sua melhor forma. Uma pequena nota para a capa, uma vez que os olhos também comem, muito fraquinha. Aquele tipo de letra...

6.5/10

"Invaders Must Die" (Standard edition):


"Invaders Must Die" – 4:55
"Omen" – 3:36
"Thunder" – 4:08
"Colours" – 3:27
"Take Me to the Hospital" – 3:39
"Warrior's Dance" – 5:12
"Run with the Wolves" – 4:24
"Omen Reprise" – 2:14B
"World's on Fire" – 4:50
"Piranha" – 4:05
"Stand Up" – 5:35