domingo, 31 de janeiro de 2010

Corey Harris & The Rasta Blues Experience na Culturgest


Foi no passado Sábado que a Culturgest nos trouxe mais um bom concerto. Desta vez foi Corey Harris e a sua Rasta Blues Experience que apareceram para nos trazerem o seu bom sentimento.

Corey Harris é tipo principalmente como um músico de Blues. Porém, catalogá-lo apenas por Blues Man é reduzir um pouco a sua dimensão.
A sua adoração pelo Blues começou muito cedo, quando ouvia gravações de Lightnin' Hopkins de sua mãe. O gosto fazer-se-ia notório quando aos 26 anos gravou o seu primeiro álbum, Between Midnight and Day, um trabalho a solo sobre as raízes do Delta. Esta fixação pelas raízes musicais, não só do Delta, mas também da música africana, levou-o a tirar Antropologia na Bates University, no Maine.
O músico, com o seu trabalho, foi-se tornando num dos mais prometedores músicos contemporâneos de Blues.

Na Culturgest, Corey Harris apresentou-se com Christopher Whitley nos teclados, Kenneth Joseph na bateria, Donovan Marks no baixo e Gordon James no saxofone.
Um concerto em que Corey mostrou por onde anda a sua alma. Um concerto que justifica também a frase de Ali Farka Touré numa conversa com Corey: "I will tell you this, there are no Black Americans. There are Blacks in America. The Blacks left with their culture. And they kept it. But the biography, the ethnicity, the legends, they did lose. Still, their music is African."



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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Music Genome Project #6 - "Immortalizer"

Valient Thorr é sinómino de poderoso e bom rock. Estes senhores respiram-no, vivem-no. Oriundos da Carolina do Norte, EUA, iniciaram a sua carreira em 2001 tendo lançado quatro “longas-durações” até ao momento. Conhecidos pelos os seus aparatosos e enérgicos concertos, estes senhores já andaram em digressão com Motörhead, Fu Manchu, Eagles Of The Death Metal e até mesmo Gogol Bordello.

Lançado em 2008, “Immortalizer” mostra-se um álbum mais pesado do que é habitual por parte destes rockers. Tanto a nível musical como a nível das letras nota-se que enveredaram e apostaram num caminho de temas enfurecidos recheados de acusações: contra tudo e todos. Um álbum em que se nota muito mais uma vertente Hard rock, Stoner, Thrash-Metal. Pode-se afirmar mesmo que tem um ligeiro toque de ACDC, Thin Lizzy e especialmente MC5.

A salientar neste álbum uma entrada cheia de energia com “I Hope the Ghosts of the Dead Haunt Yr Soul Forever”, "Tomorrow Police" com um toque muito ACDC, “Parable of Daedalus” e “Red Flag”.

Um álbum, que do início ao fim, não dá sossego. Riffs, solos, temas potentes, músicas explosivas e a incontornável voz de Valient Himself. Rock sujo, puro e duro.


Artista: Valient Thorr
País: EUA
Editora: Volcom Entertainment
Ano: 2008
Site Oficial: http://www.valientthorr.com/
Myspace: http://www.myspace.com/valientthorr

Tracklist:

#1. "I Hope the Ghosts of the Dead Haunt Yr Soul Forever" 3:21
#2. "Infinite Lives" 3:20
#3. "Mask of Sanity" 4:19
#4. "Tomorrow Police" 4:26
#5. "No Holds Barred" 3:41
#6. "Parable of Daedalus" 4:18
#7. "Birdhead Looking @ Goldenhands" 3:15
#8. "Vernal Equinox" 1:18
#9. "1000 Winters in a Row" 4:36
#10. "Red Flag" 2:58
#11. "Nomadic Sacrifice" 4:07
#12. "Steeplechase" 3:15
#13. "Tackle the Walrus" 4:18
#14. "Track 14" 0:36

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sepultura em Portugal (actualizado)

Está confirmada a vinda dos Sepultura a Portugal. Depois de terem estado na passada edição do festival da Ilha do Ermal a apresentar o seu último álbum A-lex, a banda passa novamente pelo nosso país. Na bagagem trazem um novo baterista, Jean Dolabella, que veio substituir Igor Cavalera.
É sabido que o interesse pela banda por parte dos seus mais fiéis seguidores tem desaparecido, devido a uma reformulação total dos membros do colectivo. Afirmam que após a saída de Max Cavalera,o antigo motor do grupo, a banda nunca mais foi a mesma. No entanto a banda continua a elaborar trabalho de elevada qualidade, como mostra o seu último álbum de originais.

O concerto encontra-se marcado para dia 8 de Abril no Cine-Teatro Ginásio Clube de Corroios. A abrir o palco estarão Crowbar, Gamma Bomb e Hamlet.





"Axe to Fall"


Os Converge são hoje em dia uma das bandas de Metalcore mais repeitada no panorama. Formados em 1990, pode-se dizer que os Converge foram aqueles que tiveram o trabalho de montar a tenda de campanha onde hoje a maioria das bandas de Hardcore se abriga da chuva. E a verdade é que merecem tal estatuto. Diria mesmo que estão para o Metal como James Brown estava para a Soul. Desde a formação da banda que o colectivo de Boston tem vindo a trabalhar no duro para concretizarem o seu sonho: desde os primeiros dias em que tocavam covers de Punk e Heavy Metal, passando por temporadas em digressão com a agenda mais do que sobre-lotada, até aos dias de hoje em que continuam iguais a si mesmos.

A razão desta publicação tardia prende-se com o facto de a banda ter lançado já no passado Outubro de 2009 o seu 9º álbum de originais. Axe to Fall traz-nos os Converge de sempre, com o pé a fundo sem travar nas curvas. Embora tenham o estatuto, têm também a coragem de continuar a gravar com o mesmo espírito de sempre. E isso, hoje em dia, é mais do que louvável.
Embora a banda tenha progredido no sentido de uma sonoridade mais Metalcore, em todos os seus álbuns, e em especial neste último, perdura o cheirinho a Hardcore Punk. "Dark Horse" é um bom exemplo disso, em que a bateria nos relembra constantemente dos bons velhos tempos.
Com este evoluir em direcção ao Metalcore, é notório o surgimento de secções mais melódicas em que Jason Bannon aproveita para deixar por momentos o seu screamo de lado ("Slave Driver").
Com o passar dos anos, a banda cresceu em maturidade. Essa maturidade é expressa através de uma sonoridade cada vez mais densa, resultado da experiência e de um evoluir técnico que lhes permite explorar e dar o passo em frente.
Axe to Fall é sem dúvida um dos álbuns do ano de 2009 no que toca a sonoridade pesada. Sem espinhas.

9/10


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Artista: Converge
País: Estados Unidos da América
Ano: 2009
Editora: Epitaph Europe

Tracklist:

#1. Dark Horse 2.55
#2. Reap What You Sow 2.39
#3. Axe to Fall 1.41
#4. Effigy 1.43
#5. Worms Will Feed 5.53
#6. Wishing Well 2.50
#7. Damages 4.26
#8. Losing Battle 1.47
#9. Dead Beat 2.36
#10. Cutter 1.40
#11. Slave Driver 2.48
#12. Cruel Bloom 4.02
#13. Wretched World 7.11

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Let Speak About Dreams #3 - Five Leaves Left


Álbum de estreia de um génio, que provavelmente é um dos músicos mais injustiçados do século XX. Foi um álbum que sofreu atrasos, grandes dificuldades no processo de produção, incluindo desentendimentos entre Drake e o produtor e chegou-se ao ponto de no final de tudo, ter recebido pouco airplay, vendas aquém do esperado e críticas pouco acima do razoável. Começou aqui, pouco depois de largar da casa de partida, o declínio deste jovem.
O álbum, conta com a participação de alguns membros dos Fairport Convention em todos os temas. É claro ao longo do álbum, que as letras reflectem os problemas relacionados da depressão de que o autor padecia. Nota-se na interpretação, a tentativa de dar a sensação de grande emoção, sempre com um ritmo que se sente ter sido cuidadosamente planeado e com uma voz bem trabalhada e capaz de chamar a atenção de quem ouve.
Posto isto, seria realmente de lamentar se não fosse feita sequer uma pequena menção a este senhor, que teve uma estreia auspiciosa, algo difícil de encontrar no mundo da música actual.




Artista: Nick Drake, Richard Thompson, Danny Thompson
País: Reino Unido
Ano: 1969
Editora: Island

Tracklist:

#1. "Time Has Told Me" – 4:27
#2. "River Man" – 4:21
#3. "Three Hours" – 6:16
#4. "Way to Blue" – 3:11
#5. "Day Is Done" – 2:29
#6. "'Cello Song" – 4:49
#7. "The Thoughts of Mary Jane" – 3:22
#8. "Man in a Shed" – 3:55
#9. "Fruit Tree" – 4:50
#10. "Saturday Sun" – 4:03

domingo, 17 de janeiro de 2010

Smells Like Flannel #4 - Times Of Grace


Neurosis, um dos principais nomes a carregar o estandarte do Sludge/Post Metal. Grupo oriundo de Oakland, foi formada em 1985 por Scott Kelly, Dave Edwardson e Jason Roeder (membros originais dos Violent Coercion). Chad Salter ainda chegou a fazer parte da banda mas foi substituido em 1989 por Steve Von Till. Actualmente a banda conta ainda com Noah Landis e Josh Graham.
Nascidos de uma ressaca de Hardcore Punk, a banda sempre denotou um som muito sombrio e introspectivo. Com o evoluir da sua carreira, a banda foi-se distanciando cada vez mais do Crust Punk e entrando no mundo do Metal. Hoje em dia, o seu som é confuso de catalogar. Criadores dos mais pesados cenários, a banda consegue, de facto, gerar uma densidade de som que é "obra".
E Times Of Grace não foge à regra. Um registo que nos cerca de um ambiente subtil, e que sem darmos por nada nos bate na cabeça com uma brutalidade nua e crua que nem queremos acreditar. Uma relíquia da passada década.

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Artista: Neurosis
País: Estados Unidos da América
Ano: 1999
Editora: Relapse Records

Tracklist:

#1. Suspended in Light 2.00
#2. The Doorway 7.36
#3. Under the Surface 8.37
#4. The Last You'll Know 9.14
#5. Belief 5.56
#6. Exist 1.41
#7. End of the Harvest 7.29
#8. Descent 2.57
#9. Away 9.35
#10. Times of Grace 7.23
#11. The Road to Sovereignty 3.39

The Dark Side of 'Nam #2 - Transitory

Pork Pie é um projecto do qual fazem parte o holandês Jasper Van't Hof no piano, Philip Catherine na guitarra, Charlie Mariano no saxofone, Aldo Romano na bateria e Jean-François Jenny Clark no baixo. Se de facto existe qualquer coisa designada de Jazz Progessivo este conjunto está lá. Donos de uma sonoridade bastante experimental, Pork Pie encontram-se com cada pé de um dos lados da fronteira: Será Jazz? Ou será algo mais?

Transitory, embora lançado no recente ano de 2008, é constituido por gravações feitas em 1974, que só agora foram lançadas em Compact Disc. Mesmo já passados 35 anos, Transitory continua electrificante. A guitarra de Catherine continua a surpreender e o pano de fundo criado por Jasper continua a ser maravilhoso.



Artista: Pork Pie
País: Alemanha
Ano: 1974
Editora: Promising/MPS

Tracklist:

#1. Epoch 7.35
#2. Transitory Part 1 4.54
#3. Transitory Part 2 4.01
#4. Angel Wings 5.18
#5. Pudu KKottai 8.04
#6. Something Wrong 2.41
#7. Bassamba Part 1 3.07
#8. Bassamba Part 2 4.26
#9. March of The Oil-Sheiks 3.08

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Let Speak About Dreams #2 - The Incredible Jazz Guitar Of Wes Montgomery


Nascido no ano de 1968 em Indianapolis, Indiana, Wes Montgomery é tido como um dos maiores ícones da guitarra jazzística. Nascido após os tempos áureos de Django Reinhardt e Charlie Christian, foi a ouvir tais senhores que Wes se começou a interessar pela guitarra. Embora só tenha começado a tocar guitarra aos 19 anos, passados seis meses já tocava profissionalmente.
Devido à sua tardia integração musical, Wes nunca se relevou um habilidoso leitor de pautas. Porém nascera com um incrível dom de sensibilidade auditiva, capacitando-o de tocar composições de seus ídolos apenas de ouvido.
Não tendo um trabalho fixo diário e tocando à noite em bares, só bastante tarde é que o americano alcançou notório sucesso.
O seu primeiro trabalho enquanto músico deu-se entre entre 1948 e 1950, numa tour em que acompanhou Lionel Hampton, o primeiro xilofonista da história do jazz. Regressado à sua terra natal, Wes grava com seus irmãos, Buddy e Monk, de onde resultam os primeiros registos musicais do guitarrista, Montgomery Brothers em 1958 e Far Wes em 1950. Antes de lançar o seu primeiro grande sucesso em 1960 pela JVC Victor, The Incredible Jazz Guitar Of Wes Montgomery, Wes ainda teve tempo para lançar dois álbuns pela editora Riverside, A Dinamic New Sound com o organista Melvin Rhyne e Movin' Along.
No resto da sua carreira 'Gomery gravou sempre como líder de banda, exceptuando quando se juntou para tocar com John Coltrane.
Acabaria por falecer em a 15 de Junho de 1968 de ataque cardíaco, com apenas 45 anos. Uma morte prematura que abalou os alicerces do Jazz.

Uma das principais características que distinguia Montgomery do outros guitarrista era a sua técnica. Embora utilizasse apenas o polegar para tocar, isto não o impedia de improvisar linhas de guitarra de extrema complexidade. Tanto a recusa a uma palheta como o seu estilo único de tocar oitavas tornavam a sua música bastante fluída e leve.
Wes foi decerto o primeiro a fazer uma guitarra falar, e através dela contar-nos uma história. No fundo fez com a guitarra o que John Coltrane andava a fazer com o saxofone ou Sonny Rollins com o saxofone tenor . Não só definindo standards ( com todo o seu fantástico phrasing) mas também elevando a guitarra a outro patamar, dando-lhe vida.
Em The Incredible Jazz Guitar Of Wes Montgomery, Wes define o som da clássica guitarra de jazz. Com uma melodia suave que navega ao longo do tempo, Wes conseguiu tornar-se um dos maiores guitarristas da sua era. A sua influência perdura notoriamente em músicos como Pat Martino, George Benson ou Pat Metheny, tidos como grandes nomes do jazz contemporâno.
Destaco "Airegin", em que Montgomery agarra numa composição de Rollins e a transforma na guitarra. Nesta peça é bem notório todo o delicado e subtil virtuosismo do seu polegar. De salientar também "In Your Own Sweet Way" de Brubeck e "West Coast Blues" do próprio.


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Artistas: Wes Montgomery, Tommy Flanagan, Percy Heath, Albert Heath
País: Estados Unidos da América
Ano: 1960
Editora: Riverside

Tracklist:

#1. Airegin (Sonny Rollins) 4.28
#2.
D-Natural Blues (Montgomery) 5.22
#3.
Polka Dots and Moonbeams (Burke, Van Heusen) 4.42
#4.
Four on Six (Montgomery) 6.15
#5.
West Coast Blues (Montgomery) 7.23
#6.
In Your Own Sweet Way (Dave Brubeck) 4.53
#7.
Mr. Walker (Montgomery) 4.32
#8.
Gone With The Wind (Herb Magidson, Allie Wrubel) 6.20

The Album Leaf no Santiago Alquimista



The Album Leaf vão-se estrear em Portugal no próximo dia 25 de Fevereiro, mais um grande concerto neste arranque de 2010, que se está a revelar como o melhor semestre musical que há memória. O projecto é liderado pelo californiano Jimmy LaValle, que conta já com cinco álbuns editados e de onde se pode retirar muito boa música e um feito enorme: o álbum In a Safe Place foi gravado e produzido pelos Sigur Rós na Islândia, o qual conta também com a participação dos mesmos e com arranjos das Amina. Encontra-se, assim, ao longo do álbum a maioria dos temas cantados em islandês.
A banda centra a sua música numa sonoridade desde o post rock, até ao chill-out ou à electrónica e tem como influências Múm, Sigur Rós, e tudo o que se faz na Islândia.

Em Lisboa, irão mostrar ao público o seu último trabalho de originais A Chorus of Storytellers que irá ser lançado só em Fevereiro.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

"An Anxious Object"


Caramba, mas que senhores! São 3 e vêm, como não podia deixar de ser, do Japão. Senhores dum virtuosismo incrível, entregam-se à músia que fazem duma forma extrardinária. Este trio constituído por Akira Kawasaki (bateria, teclados), Atsushi Kiyota (piano, teclados),
juntamente com Daisuke Niitome ( piano, teclados) conseguem, por momentos, levar-nos e elevarem-se ao patamar do fantástico.

"An Anxious Object" é a demonstração disso mesmo. Primeiro longa-duração destes japoneses, lançado em 2009, mostra o que uma bateria, dois pianos, dois teclados e alguns sintetizadores são capazes de fazer. Com 3 músicos bastantes enérgicos no que diz respeito ao respectivo instrumento, pode-se dizer que Mouse On The Keys misturam vários estilos. Jazz, rock, funk, passando também pela música clássica. Basicamente muita dose de experimentalismo que conjugado resulta muito bem.
Como "pérolas" desde disco temos "Spectres De Mouse", "Seiren" e também "Soil". Nota-se ao longo do álbum vários momentos de maior "agitação" no que diz respeito às músicas por que é composto.

Um projecto bem interessante ao qual devemos ficar atentos e que tem toda a qualidade para se afirmar. Mais uma confirmação de que para oriente também existe boa música.


Artista: Mouse On The Keys
País: Japão
Editora: Machu Picchu Industrias
Ano: 2009
Site Oficial: http://mouseonthekeys.com/
Myspace: http://www.myspace.com/mouseonthekeys

Track listing

#1. "Completed Nihilism" 1:16
#2. "Spectres De Mouse" 3:21
#3. "Seiren" 4:26
#4. "Dirty Realism" 2:23
#5. "Forgotten Children" 4:18
#6. "Unflexible Grids" 3:24
#7. "Double Bind" 3:39
#8. "Soil" 5:27
#9. "Ouroboros" 5:42

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"Vesta"

Fruto do feliz acaso, fui dar com esta banda proveniente da capital espanhola. Happy hardcore, é assim que definem o seu género musical. De facto, estes rapazes mostram uma grande vontade de se divertirem a fazer música. A bastante original capa do álbum, as sugestivas letras e nomes das músicas, o saxofone para certos arranjos nas suas músicas, estes madrilenos mostram isso mesmo, vontade e veia de festa.

Depois de uma breve audição de "Vesta", nota-se que toda a "happiness" está lá, contudo Mojémismagdalenasentusangre não se ficam só pelo hardcore. Uma mistura de post-rock, post-hardcore, rock instrumental. E que mistura mais bem sucedida! Doses e grandes descargas de energia, de experimentalismos e principalmente de uma grande cumplicidade entre os vários elementos da banda.
Destaque para "Mostarda y Chucrut", "Uh! Horripilante" pela agradável surpresa e presença do saxofone e pelo som ambiente de "Trece" seguida do single do álbum "Vesta".

Um álbum agradável ao ouvido que mostra que pelo país de "nuestros hermanos" também se produz qualquer coisa de interessante.
O álbum encontra-se à disposição para download no respectivo myspace da banda.

Download

Artista: Mojémismagdalenasentusangre
País: Espanha
Ano: 2009
Editora: n/a

Myspace

Tracklist:

#1. Erant
#2. Mostarda y chucrut
#3. Pure verde frío
#4. Uh! Horripilante
#5. Cuanta nata!
#6. A Ví Ontem
#7. Hugo
#8. Trece
#9. Vesta
#10. Papúa


PS: Para quem estiver interessado, já estão disponíveis os links para compra e download do [ECM 1125] Rypdal, Vitous, DeJohnette.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Stefano Bollani na Culturgest


Foi no chuvoso e gélido Domingo passado que a Culturgest nos trouxe ao seu palco principal o trio de Stefano Bollani.

Pianista de enorme valência nascido em Milão, descobriu bastante cedo o seu fascínio pelo piano.
Stefano deve, em parte, a sua fama ao seu compatriota Enrico Rava, experiente trompetista que o convidou para fazer parte do seu grupo. O pianista conseguiu assim a exposição mediática que merecia, catapultando-o para uma carreira bastante risonha.
No seu trio faz-se acompanhar por dois dinamarqueses, Jesper Bodilsen no contrabaixo e Morten Lund na bateria.

Stone in The Water foi o motivo que fez deslocar o trio ao nosso cantinho. Lançado este ano com o carimbo da ECM, o disco alcançou um enorme consenso entre a crítica, fazendo parte das listas dos melhores de 2009 de inúmeros críticos de palavra.

Tudo o que por mim foi lido nos meios de comunicação foi confirmado nessa noite de Domingo. Ao piano, Stefano Bollani poetisa tudo o que é nota. O seu jazz com um discreto toque de Bossa Nova é de facto cativante. E quando se lhe junta um contrabaixista sempre no ponto e um baterista de mão cheia, não há como negar. Todo o mérito, o nosso aplauso.

PS: De louvar a iniciativa da Culturgest em cativar o público mais jovem com um desconto tão acessível. Ficamos a pensar se, com espectáculos destes, não ficámos a dever qualquer coisa aos músicos.




Artistas: Stefano Bollani, Jesper Bodilse, Morten Lund
País: Itália
Ano: 2009
Editora: ECM

Tracklist:

#1. Dom de Iludir (Caetano Veloso) 5.54
#2. Orvieto (Jesper Bodilsen) 8.01
#3. Edith (Jesper Bodilsen) 7.29
#4. Brigas Nunca Mais (António Carlos Jobim e Vinícios de Moraes) 6.28
#5. Il Cervello Del Pavone (Stefano Bollani) 7.07
#6. Un Sasso Nello Stagno (Stefano Bollani) 5.52
#7. Improvisation 13 en La Mineur (Francis Poulenc) 6.18
#8. Asuda (Stefano Bollani) 8.13
#9. Joker In The Village (Stefano Bollani) 6.25

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Cold Union #1 - Work Time


Sonny Rollins, um dos maiores saxofonistas da sua geração, conta com um currículo de fazer inveja a muito músico que por aí anda. Como gosto destas coisas, vou deixar alguns dados para se perceber a grandiosidade do trabalho deste senhor: mais de 50 álbuns editados como líder; começou a carreira aos 11 anos e não tinha completado os 20, já acompanhava ao vivo o lendário Thelonious Monk (brevemente irá ser falado aqui, fica prometido); gravou ao vivo com lendas da sua geração como Art Blakey ou John Coltrane; e por último, é de notar que este senhor que se prepara para fazer 80 anos, continua em actividade.
Como se poderá notar, dos mais de 50 álbuns disponíveis, escolhi este, o terceiro dele. Porquê? Nenhuma razão em especial, foi o que surgiu. Admito que secalhar este trabalho merecia uma razão mais elaborada para a minha escolha, mas é por isso que um trabalho consegue ser genial. Não sabemos explicar porquê, mas é aquilo que sempre quisemos ouvir.
Neste álbum, talvez só seja de destacar o facto de apenas uma música ter sido criada por Rollins e o facto de transmitir uma sensação de estarmos realmente num ambiente de trabalho, passando por vários momentos do trabalho de um homem. Não tenho a certeza se era essa a intenção, jogando com o título, mas é a minha interpretação.



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Artistas: Sonny Rollins, Ray Bryant, George Morrow, Max Roach
País: Estados Unidos da América
Ano: 1956
Editora: Prestige

Tracklist:

#1. "There's No Business Like Show Business" (Irving Berlin) 6:18
#2. "Paradox" 4:59
#3. "Raincheck" (Billy Strayhorn) 6:01
#4. "There Are Such Things" (Stanley Adams, Abel Baer, George W. Meyer) 9:28
#5. "It's All Right with Me" (Cole Porter) 6:05

Mono em Portugal


Delays? Reverb? Distorção? Tremolos? Loops? Noise?
Tudo isto está envolvido na esfera sonora dos japoneses que vão estar em Portugal, no próximo dia 9 de Março. A banda vai estar presente no Musicbox, e com eles trazem na bagagem o recente Hymn To The Immortal Wind , lançado em 2008.
Um dos concertos mais esperados do ano e é tão pouca a divulgação, e ainda nem se sabe onde há bilhetes à venda. Para os mais distraídos, os Mono são uma banda com influencias post-rock, instrumental, ambiente e até shoegaze. São conhecidos pelas suas enormes músicas (os guitarristas por vezes até se sentam nos seus concertos), que nos ficam a 'moer' na cabeça durante muito tempo. Os efeitos nas guitarras pujantes de Goto e Yoda são mais que evidentes e complexos, e a bateria é bastante agressiva e raivosa, diria até simbólica.

Sem dúvida a não perder!

Jazz Crimes

Caros Apóstolos,

Desde já peço o vosso perdão por tão pouca actividade no nosso blog. Mas os tempos (meses) que correm são difíceis, como muitos de vocês saberão.

De qualquer das formas venho aqui deixar um bocado de céu que me anda a transcender há coisa de semanas.

Boas Férias, bons estudos, bons dias.

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Smells Like Flannel #3 - King Of The Road


Fu Manchu, banda formada em 1987. Já com uma longa carreira são considerados por muitos, a par de Kyuss, os "pais" do Stoner Rock sul-californiano. Com 10 álbuns editados até ao momento, estes 4 senhores nunca fugiram à sua veia stoner. Não podendo deixar passar ao lado, é quase obrigatório fazer a referência a este grande álbum.

"King Of The Road", o seu sexto longa-duração de originais mostra um potentíssimo álbum cheio de riff's e de um verdadeiro stoner rock: puro e duro. Riff's cheios de energia capazes de contagiar, letras com refrões bem chorudos, a receita ideal para um excelente registo de stoner. Um álbum que fala de condução, drogas e rock n' roll como coisas do demónio.

A salientar, apesar de ser um álbum para se ouvir do princípio ao fim, algumas músicas. "Hell on Wheels" numa entrada completamente enérgica! Um riff bastante risonho numa música pode fazer a diferença. "King of the Road", o single do álbum, também com um riff bem "crocante" e "Breathing Fire" num registo mais rápido não destoa nada no álbum.

De referir também que irão passar pelo nosso país, mais concretamente em Lisboa já no dia 5 de Fevereiro no Santiago Alquimista.

Em suma, um excelente álbum bem à imagem destes senhores. Para amantes do género e não só. Para quem gosta de distorção, riff's e alguns solos!



Artista: Fu Manchu
País: Estados Unidos da América
Editora: Mammoth
Ano: 2000
Site Oficial: www.fu-manchu.com
Myspace: www.myspace.com/fumanchu

Track listing

#1. "Hell on Wheels" 4:31
#2. "Over the Edge" 5:02
#3. "Boogie Van" 4:17
#4. "King of the Road" 4:05
#5. "No Dice" 3:09
#6. "Blue Tile Fever" 5:30
#7. "Grasschopper" 3:51
#8. "Weird Beard" 3:32
#9. "Breathing Fire" 2:57
#10. "Hotdoggin'" 4:53
#11. "Freedom of Choice"(Devo Cover Song) 3:24

sábado, 2 de janeiro de 2010

Music Genome Project #5 - Tuesday Wonderland



Hoje trago mais um trago de jazz. E desta vez para falar de Esbjörn Svensson Trio.
Desde cedo em contacto com a música, devido a uns pais amantes do meio, Esbjörn começou por ter alguma bandas de garagem com os seus amigos. Mais tarde decidiria ter aulas de piano, já com um olho no jazz.
Da sua primeira e única formação musical faziam parte Magnus Öström, seu amigo de infância e seu vizinho, e Dan Berglund, respectivamente na percurssão e no contra-baixo.
Considerado por muitos um dos maiores pianista do virar do século, acabaria por falecer aos 44 anos, devido a um acidente de mergulho.

Decerto se questionarão pela razão de tão grande sucesso por parte de um trio de jazz sueco. Parece-se elementar. Esbjörn sempre tocara de coração. E o seu som era de facto carregado de uma enorme emoção.
Tuesday Wonderland, lançado em 2006, é um limpo registo de jazz progessivo. A talhe de foice, nem muito de progressivo nem muito de jazz. O suficiente.


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Artista: Esbjörn Svensson Trio
País: Suécia
Ano:
2006
Editora:
ACT

Tracklist:


#1. Fading Maid Preludium 4.11
#2.
Tuesday Wonderland 6.32
#3.
The Goldhearted Miner 4.52
#4.
Brewery Of Beggars 8.22
#5. Beggar's Blanket 2.56
#6.
Dolores In A Shoestand 8.53
#7.
Where We Used To Live 4.27
#8.
Eighthundred Streets By Feet 6.49
#9.
Goldwrap 4.03
#10.
Sipping On The Solid Ground 4.37
#11.
Fading Maid Postludium 12.29

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Music Genome Project #4 - For Emma, Forever Ago



Chama-se Justin Vernon, e é o pai do projecto Bon Iver.
Muito já foi dito acerca deste álbum, mas tinha que aqui vir deixar a minha marca e dizer que este é possívelmente o melhor disco desta década. Numa composição musical simples de registo (o álbum foi gravado numa pequena cabine com as mínimas condições de gravação), mas com uma audição fora do comum, este trabalho, com algumas influências folk como Simon and Garfunkel e Beirut, conta também com a presença ao vivo de Michael Noyce, Sean Carey e Matthew McCaughan.
É de salientar os inúmeros prémios que este álbum ganhou. Foi álbum do mês para a revista MOJO, Uncut e Rolling Stone e além disso conseguiu meter 3 músicas diferentes em 3 séries conhecidíssimas diferentes: Skins, Grey's Anatomy e The Street.
Se consigo arranjar uma música que goste mais que outra? Não, e é isso que torna este trabalho genuíno de Bon Iver a coisa mais genuína desta década.




Artista:
Bon Iver
País: Estados Unidos da América
Ano: 2007
Editora: Jagjaguwar

Tracklist:

#1. Flume lyrics
#2. Lump Sum
#3. Skinny Love
#4. The Wolves
#5. Blindsided
#6. Creature Fear lyrics
#7. Team
#8. For Emma
#9. Re: Stacks